Devido à pandemia da COVID-19 exigir o isolamento social, como método de prevenir a disseminação em massa da doença, atividades que geravam emprego e renda à população, no geral, tiveram que suspender suas atividades em alguns períodos. Atrelado à falta de amparo estatal aos trabalhadores e trabalhadoras nesse momento, muitas pessoas perderam seus empregos e sua fonte de renda. Desse modo, diversos indivíduos, desprotegidos de leis trabalhistas e de uma renda básica para a sobrevivência nesse período, começaram a ter a luz e a água cortadas de suas casas, além de terem que lidar com o medo de serem despejados pela falta de pagamento do aluguel e, sobretudo, de não ter o que comer e nem de como cuidar de seus filhos.
Diante disso, uma matéria da folha de São Paulo abordou o fato de que algumas mulheres, da cidade de São Paulo, que perderam seus empregos como lojistas, cabeleireiras e outras ocupações, recorreram a outra atividade por causa das necessidades que apareceram nesse contexto de crise e de violação de direitos: a prostituição. Assim, segundo a reportagem, muitas recebem uma quantia de R$50,00 (cinquenta reais) por cada cliente para poderem prover o próprio sustento e o de sua família.
As mulheres que recorreram a prostituição, para fugir do desemprego, enfrentam outros problemas quando passam a exercer os serviços sexuais, tais como a perigosa exposição ao vírus e a violência. A prostituição é considerada não é ilegal no Brasil, porém não é uma profissão regulamentada, assim, essas mulheres, no sem o apoio do Estado, precisaram continuar exercendo um trabalho que exige contato com desconhecidos em plena pandemia. A violência, por outro lado, mesmo antes da pandemia, sempre foi um risco para as prostitutas. Assédio sexual, moral ou agressões contra mulheres existem em todas as profissões ou mesmo no contexto familiar, mas, as profissionais do sexo não podem recorrer a certos mecanimsos de apoio social do Estado, o que torna a profissão ainda mais perigosa.
#Pracegover a imagem contém uma foto de duas mulheres, prostitutas, em São Paulo
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