Na terça-feira do dia 18 de Maio, 91 estudantes da Escola Normal Rural de Mactumatzá, uma espécie de escola técnica para formação de professores, em Chiapas (México), foram detidos após demandar que a prova de ingresso na escola fosse realizada presencialmente e não online. Muitos estudantes que pretendiam fazer a prova são indígenas e moradores de áreas rurais, onde ainda não há acesso à internet. Segundo reportagem do jornal mexicano La Jornada, do dia 23 de Maio, os estudante faziam uma manifestação pacífica, na qual distribuiram panfletos do estande de San Cristóbal-Tuxtla Gutiérrez, quando foram reprimidos, presos e levados até o município de Chenalhó. Segundo o jornal, as estudantes detidas relataram que policiais as assediaram, tocando em suas partes íntimas e dizendo que procuravam por seus celulares.
Diante disso, estudantes, professores, familiares de estudantes e integrantes de organizações sociais, no dia 21 de maio, marcharam como forma de protesto e denúncia às prisões, além de exigirem a liberdade das pessoas que foram presas injustamente.
“Exigimos la libertad de nuestros hijos porque no son terroristas; somos gente digna y trabajadora que producimos para que esta tierra coma, y de esta forma nos tratan”, disse um pai de família (La Jornada 26/05 - Exigimos a liberdade dos nossos filhos porque não são terroristas; somos gente digna e trabalhadora que produzimos para que essa terra coma e nos tratam dessa forma). Mesmo com as mobilizações, até hoje as estudantes e os estudantes continuam presos.
Essas prisões tiveram por intuito enfraquecer a Escola Normal. No entanto, seus estudantes, professores e trabalhadores querem que ela continue existindo por muito tempo ainda. Possuem o sonho de levar a educação para lugares onde sequer tenha sinal de internet (La Jornada 23/05).
A Comissão Interamericana de Direitos Humanos - CIDH já tomou conhecimento de algumas prisões, como coloca o portal de notícias da localidade “ZonaDocs” (31/05).
#PraCegoVer: Imagem com foto em preto e branco de pessoas protestando com cartazes. Logo do projeto Senso Crítico no canto superior esquerdo
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