Na última semana, a mesma em que se celebrou o Dia Internacional da Luta dos Povos Indígenas, dois casos chamaram a atenção da sociedade brasileira. No dia 9 de Agosto uma menina indígena, de 11, anos, da etnia Guarani-Kaiwá, sofreu um estupro coletivo e foi jogada de uma pedreira desativada no município de Dourados, no Mato Groso do Sul. Os cinco suspeitos, dois adultos e três adolescentes, confessaram o crime e tiveram a prisão preventiva decretada na quarta-feira, dia 11.
A Articulação dos Povos Indígenas da Região Sul (Arpinsul), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), o Conselho de Missão entre Povos Indígenas (Comin) e o Conselho Indigenista Missionário (Cimi) também denunciaram e pediram justiça pela morte da indígena kaingang, Daiane Griá Sales, de apenas 14 anos, que foi encontrada morta, nua e com o corpo todo cortado no interior do Rio Grande do Sul (Brasil de Fato, agosto de 2021). Trata-se de mais um caso de feminicídio contra uma mulher indígena. O crime aconteceu no município de Redentora, no Rio Grande so Sul. No domingo, dia 15, um homem suspeito de estar envolvido no caso foi preso. Em seguida, um segundo mandado de prisão temporária foi emitido contra um segundo suspeito que não foi localizado. No momento, o caso tramita sob segredo de justiça.
Uma amiga da vítima posicionou-se cobrando políticas públicas para a proteção das mulheres indígenas e afirmou que elas precisam de ajuda para sobreviverem ao sistema machista, cruel e assassino em que estamos. É fundamental compreender que se os povos indígenas são invisibilizados, as mulheres indígenas são ainda mais. Brutalidades como essas não são novidade e não existem proteções adequadas para essas mulheres. A própria Lei Maria da Penha, fundamental para a proteção das mulheres em situação de violência, não consegue dar a devida proteção às indígenas.
#PraCegoVer: A imagem contém um fundo preto com a frase “Luto pelas mulheres e meninas indígenas” e, no canto inferior direito está o logo do Senso Crítico.
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