Na terça-feira, 13, um homem entrou armado em quatro casas de massagem no estado da Geórgia (Estados Unidos) e disparou contra as pessoas ali presentes. Oito pessoas morreram, entre elas, seis mulheres asiáticas. Segundo a polícia, o homem alega que não cometeu o crime por motivações raciais, mas que por ser viciado em sexo, escolheu eliminar um local que “era uma tentação a seus desejos sexuais”. No entanto, ativistas argumentam que se trata de um crime motivado por questões raciais, pois está ligado a forma sexualizada que as mulheres asiáticas são retratadas no ocidente.
Este, contudo, não foi o primeiro ataque a asiáticos nos Estados Unidos. O Stop Asian American Pacific Islanders Hate (Stop AAIP Hate), centro criado para receber essas denúncias, em relatório divulgado no último dia 16, mostrou que desde março de 2020 houve 3795 denúncias na página da instituição, no entanto, este número não retrata o total de casos, pois muitas vítimas não denunciam a violência sofrida. Segundo os dados divulgados no documento, os casos mais recorrentes são de agressões verbais e xingamentos, com 68,1% das denúncias, seguidos por situações em que são ignorados, com 20,5%. Agressões físicas vêm em seguida, com 11,1%, e, por fim, violação dos direitos civis, como a discriminação no trabalho e a recusa de serviços, com 6,8% das denúncias.
Quanto ao perfil das vítimas, as mulheres relatam ataques 2,3 vezes mais que homens, jovens de até 17 anos relatam 12,6% dos incidentes e as denúncias de idosos correspondem a 6,2% dos casos. Os chineses são o grupo étnico que relatam a maioria das denúncias, seguidos por coreanos, vietnamitas e filipinos, nessa ordem. As discriminações ocorrem principalmente em empresas e locais públicos, com respectivamente 35,4% 3 e 25,3% e, em terceiro lugar, estão os ataques online que correspondem a 10,8% dos casos.
O Reino Unido também apresentou um aumento dos ataques discriminatórios contra asiáticos. As estatísticas sobre crimes de ódio do Reino Unido mostram que no período de junho a setembro de 2020, os crimes de ódio aumentaram em relação ao mesmo período em 2019. As vítimas foram, principalmente, imigrantes e descendentes de países do leste asiático. Os ataques aconteceram, inclusive, contra funcionários da saúde na linha de frente da luta contra a Covid-19.
A pandemia de COVID-19, mais precisamente a associação equivocada que é feita entre o vírus e a China, contribuiu para este aumento de ataques, pois a população passou a relacionar a transmissão do coronavírus com pessoas asiáticas. Porém, a discriminação contra os asiáticos é anterior a pandemia. Com o destaque da Tag #Stopasianhate nas redes sociais, muitas pessoas começaram a relatar situações pessoais que retratam como esses ataques não são recentes.
#Pracegover a imagem mostra um protesto do movimento Stop Asian Hate
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